Neste
ano de 2013, a FUNAI Regional Sudeste em parceria com a ONG Kamuri e
a Universidade de Campinas através do Projeto Web indígena , deu um
importante passo na questão da revitalização linguística de dois
importantes povos que vivem no Estado de São Paulo: Os Nhandewa
Guarani, também chamados Tupi-Guarani e os Kaingang Paulistas.
Com
os Nhandewa da Aldeia Nimuendajú e por solicitação dessa
comunidade foram realizadas duas Oficinas uma em Agosto sobre
fundamentos da gramática da língua Guarani e a segunda em outubro
sobre normalização ortográfica, retomando e revisando a Convenção
Ortográfica das aldeias Nhandewa Guarani realizadas no ano 2000. E
numa terceira Oficina em Dezembro foi destinada a construção de um
site em língua Nhandewa, como forma de dinamizar a produção em
língua guarani e a troca entre as comunidades. Você pode acessar
esse site através do endereço www.nhandewa.org
Esse
projeto que terá continuidade pelos próximos dois anos tem por
objetivo: Produzir um material didático para ensino da língua, na
forma de uma Gramática Pedagógica, e um site em língua Nhandewa
(ou Tupi-Guarani). A língua Nhandewá, falada pelos grupos do
Norte do Paraná (Laranjinha e Pinhalzinho), e pelas Aldeias
Nimuendaju (T.I. Araribá,SP), Piaçaguera, T.I. Itariri, Djakoaty,
Itaoca-Tupi, Ribeirão Silveira, Bananal (SP), corre risco de
extinção e os Guarani tem feito um esforço para a sua continuidade
há mais de 10 anos. Essas oficinas se inserem portanto, dentro da
proposta de valorização e fortalecimento das línguas indígenas
como patrimônio cultural e como esforço dos próprios guarani.
Kaingang
paulistas retomam contato com os Kaingang do Sul do Brasil
Os
Kaingang no Estado de São Paulo vivem nas aldeias de Icatu (Braúna,
SP), e Vanuíre (Arco-Íris - SP). Seu dialeto é um pouco diferente
dos outros 5 dialetos Kaingang falados no sul do Brasil, mas são
mutuamente inteligíveis. Por razões históricas os Kaingang
paulistas ficaram afastados dos seus irmãos do sul, e são em
pequeno número. Os kaingang Paulistas estão fazendo um esforço
para se unir aos demais que já possuem um site, o primeiro
totalmente em língua indígena: www.kanhgag.org
com esse trabalho podem entender a escrita dos demais e também
trocar textos com os demais kaingang que estão construindo uma
enciclopédia em sua língua.
O
objetivo dessas oficinas é construir com os Kaingang das aldeias de
Icatu (Braúna, SP), e Vanuíre (Arco-Íris - SP) um dicionário
escolar do Kaingang Paulista. Para tanto os Kaingang, que em sua
maioria são falantes do Kaingang como segunda língua, contarão com
assessoria linguística e antropológica especializada para dominar a
grafia e leitura da língua Kaingang escrita, dando continuidade aos
trabalhos iniciados com a Convenção Linguística realizada em 2000.
Depois
de um primeiro contato entre os Kaingang Paulistas com os do Rio
Grande do Sul e Paraná no I
Simpósio Internacional da língua Kaingang (ISKL – I)
UNICAMP -Agosto de 2012, agora os Kaingang paulista preparam uma
excursão a T.I. Apucaraninha (Tamarana, PR) para troca de
conhecimentos e experiência de imersão linguística, aproveitando
os recursos do prêmio cultura indígena do Minc, com o qual foram
contemplados esse ano.
Juracilda
Veiga
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